contraste

contraste
buscamos nitidez nos nossos projectos pastorais (fotografia: Ricardo Correia - Reservados todos os direitos e mais alguns)

sábado, 30 de outubro de 2010

MITP - sumário (aula 3) 26-10-2010

A investigação supõe a análise da informação que pode ser quantitativa ou qualitativa.
As duas são diferentes e têm as suas vantagens e desvantagens.

Análise Quantitativa
A análise quantitativa supõe:
Um questionário
·         Adaptado à situação
·         Que seja fácil de forma a tornar as coisas objectivas
·         E possível consoante os variados contextos
A organização dos dados recolhidos
Organigramas que possibilite a análise clara dos dados
Comparação entre os dados das variadas pessoas

Trata-se de um método que diz muito pouco sobre cada pessoa em particular, no entanto pode fornecer muitos dados objectivos em relação a determinada população.

Análise Qualitativa
As características deste método são:
1.       O positivismo (o investigador está ((pelo menos supostamente)) separado do objecto e há uma grande valorização do método.
2.       Epistemologia qualitativa (produz um conhecimento construtivo e interpretativo; há grande interacção no processo de produção do conhecimento; e é possível a singularidade, ao contrário do anterior.
3.       É feito através de instrumentos-tipo que devem ser capazes de produzir toda a informação necessária para testar as hipóteses e ainda a elaboração de textos e a recolha de dados.   

Formas de análise qualitativa

1 – Inquérito por questionário
·         Aplicar uma série de perguntas a um conjunto de inquiridos para obter as informações que interessam
·         Pode ser administrado directa ou indirectamente

2 – Entrevista
·         Caracteriza-se pela interacção entre entrevistado e entrevistador
·         O entrevistador não deve influenciar a pessoa na condução do discurso a um determinado objectivo
·         Pode ser aberta (em que o entrevistador deixa a pessoa falar livremente) ou semi-directa (onde há um conjunto de perguntas pré-formuladas para as quais se pretende resposta)

3 – Observação directa
·         Observa-se o fenómeno no momento sem nenhuma mediação
·         É muito útil para analisar os não verbais
·         Há uma grande dificuldade de o investigador ser aceite no grupo de forma a não condicionar a produção dos factos.
·         Pode ser feita com caderno, áudio, vídeo…

4 – Análise documental  
Este método consiste na análise da informação pré-existente

MITP - sumário (aula 2) 19-10-2010

Tendo em conta colegas que não estiveram presentes e, ao mesmo tempo, tratando-se de um espaço de partilha da Unidade Curricular, apresento um sumário das aulas que vamos tendo. Trata-se de um resumo muito resumido daquilo que me foi possível captar. Este sumário não foi elaborado consoante consultas ou investigação, é apenas aquilo que foi apresentado na aula.   

Investigação nas ciências sociais
Três momentos:
1 – ruptura (sem preconceitos ou falsas evidências)
2 – construção (com lógica e organização)
3 – verificação (viabilidade da proposta)

Estes três momentos são constituídos de sete etapas:
1 – pergunta de partida (clara, pertinente e viável)
2 – exploração (bibliografia existente sobre o tema e entrevistas)
3 – problemática (como abordar/definir uma das problemáticas possíveis e dar-lhe orientação teórica)
4 – construção do modelo de análise (construir hipóteses e o modelo a seguir/dimensões e indicadores)
5 – observação (confrontar hipóteses com dados/definir campo/conceber instrumento de investigação/testar esse instrumento/recolher a informação)
6 – análise de informação (quantitativa/qualitativa)
7 – conclusões (fazer uma retrospectiva/saber se foi construída uma novidade/comparar os dados obtidos com os dados que se esperavam)

É importante ter em conta que cada um dos anteriores momentos apresentados é susceptível de fracasso, no entanto, a estruturação destas etapas permite um retrocesso até à primeira etapa.

sábado, 23 de outubro de 2010

sumário metodológico

Saudações pastorícias...
Aqui vai um segundo poste sobre as várias metodologias de Teologia Pastoral. Este resumo é feito com base na obra "Teologia Prática Fundamental - Fazei Vós também" De José da Silva Lima (cap. VII). boa leitura. 

Método dedutivo
Inicialmente a Teologia Pastoral centrou-se apenas num método pré-conciliar denominado dedutivo e centrado no pastor. Resumidamente, o cura de almas aplicava pastoralmente na prática os princípios teológicos sistematicamente transmitidos pela teologia dogmática. A cadeira de Teologia Prática tinha um papel completamente secundário relegado para segundo plano.

Método indutivo
Com o Concílio Vaticano II deu-se como que uma inversão metodológica operando-se a transição do método dedutivo para o método indutivo. Com a influência das ciências sociais e humanas dá-se um novo ponto de partida metodológico que são as práticas eclesiais nos meios heterogéneos onde emergem. Trata-se de um método indutivo que vai da prática aos saberes. 

Método da correlação
Com base no método indutivo, o francês Marc Donzé apresenta o método da correlação assente em cinco etapas. Este método pretende correlacionar duas etapas de teor analítico com outras duas de teor teológico sem que nenhuma seja colocada de parte. As cinco etapas: percepção das práticas problemáticas e das questões que elas colocam; análise crítica daquelas num vínculo com as aquisições das ciências humanas; correlação (relação crítica recíproca entre os dados da análise e os dados da revelação da tradição e da história); fase de projecto onde se procura encontrar cenários para um agir pastoral renovado; verificação que permite avaliar a pertinência do projecto.

Método Ver, julgar, agir
O Método mais usual no pós-vaticano II assenta na revisão de vida (próprio do movimento da acção católica), muito patente do documento conciliar Gaudium et Spes e também muito usado nos documentos da Conferência Episcopal Portuguesa. Segundo Floristán este método abarca três aspectos: encontro, verificação e compromisso ou realidade experimentada, realidade transfigurada na fé e realidade transformada na caridade. Isto é o método da revisão de vida. A revisão de vida enraíza-se e desenvolve-se em torno de três verdades: a da experiência, a da fé e a do método. Centra-se num facto de vida, interpreta-o à luz cristã em ordem a uma acção posterior de conversão e de transformação da sociedade. O facto de vida é o ponto de partida, o evangelho é a referência iluminadora e o objectivo é a conversão efectiva e a mudança.

Método do Caminho empírico-crítico
Midali refere outras conjugações ou correlações entre as metodologias clássicas que surgiram nas últimas décadas e mais próximas das ciências sociais e humanas. Neste sentido apresenta uma senda metodológica empírico crítica assente em seis etapas. A primeira consiste na descrição da experiência vivida em diálogo com o contexto procurando a riqueza que o envolve e descrevendo-a. A segunda etapa procura a atenção crítica à prospectiva e aos interesses não absolutizando preconceitos mas aplicando vigilância nos discursos fenomenológicos conservando uma distância aceitável. O terceiro passo consistiria numa correlação de perspectivas dialogantes entre a cultura e a tradição cristã. O quarto passo é a interpretação do sentido e do valor. É um aprofundamento daquilo que para os homens de hoje é crucial. Segue-se, na quinta etapa uma hermenêutica da própria comunidade com visão crítica das interpretações vividas e com outras perspectivas possíveis. O sexto passo é o desenvolvimento de orientações e de planos para a comunidade particular, situando em terreno concreto a acção possível para regressar a uma experiência renovada e assim dar rosto novo à comunidade num lapso temporal decidido. A grande novidade desta metodologia assenta na grande articulação dos vários saberes.  

Método de teor projectivo e de discernimento
Considerando limitados os métodos precedentes Midali opera um novo itinerário integrando elementos dos anteriores e contando com algumas sugestões experimentadas no âmbito euro-americano. Denomina-se itinerário metodológico, teológico, empírico, crítico e projectual. Flotistán considera-o uma adaptação ao campo da pastoral do método de revisão de vida, elaborando também o método em três fases teológicas: a kairológica (analise avaliativa das situações concretas); a projectica/projectual (projecção da praxis desejada); e estratégica (programação da passagem a efectuar entre as situações dadas e desejadas).

Método de discernimento teológico-pastoral
Sergio Lanza assenta a dinâmica e o renovamento da comunidade cristã em duas linhas mestras, a projectualidade e o discernimento. Trata-se de uma proposta que procura uma equilibrada crítica aos métodos vigentes desenvolvendo características de uma metodologia avançada. No seguimento desta crítica propõe o método do discernimento teológico-pastoral: de discernimento, que não indica um momento do método, mas uma qualidade sua específica, que está presente nos três caracteres distintivos deste procedimento. A sequência metodológica é composta por três fases ou momentos: análise e avaliação, decisão e projecção, actuação e verificação. O caminho é kairológico, pratico-operativo e criteriológico.

Teologia Prática Pastoral e as Ciências Humanas
O percurso da Teologia Pastoral tem de passar hoje, obrigatoriamente, pelo domínio das ciências humanas e naturais, entre as quais a pedagogia; a psicologia; a sociologia; a antropologia e a história, entre outras. Alturas houve em que a relação da Teologia com estas ciências era de desconfiança passando mais tarde para uma canalização dos dados como que num aproveitamento para a teologia e agora uma relação de teor crítico e de proposta de diálogo multidireccional. Teremos oportunidade de debater este diálogo entre as ciências humanas e a teologia ao longo deste percurso na unidade curricular.  

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

pasto-rally

Olá colegas do MITP... inclusive o tal Horace CAEN qualquer coisa... só lhe falta o cabelo loiro... de resto.
Cumprimentos a todos. A primeira publicação é para explicar o meu título. É muito simples: o trabalho pastoral na nossa Igreja necessita de uma actualização bem pensada mas a velocidade de alta competição, pois está bastante atrasada. Nomeadamente no que toca ao catecúmeno e à catequese de adultos, iniciação cristã e companhia limitada. Teremos oportunidade de debater estes temas ao longo do semestre.

Um Abraço.
Bom trabalho